08 dezembro 2024

NOV 24 | Então, é Natal

Novembro passou tão rápido que nem senti o mês direito. Sendo sincera, não fiz tantas coisas diferentes e legais durante ele pra que eu pudesse escrever um post interessante sobre. Fora que, apesar de pensar todo dia no blog, fiquei meio afastada daqui, porém com motivo: faculdade.

Não lembro se já comentei aqui, mas esse semestre da faculdade foi complicado porque eu não gostava de nenhum professor e nenhuma matéria. Tinha dias que eu me dava o trabalho de me arrumar, pegar o busão pra ir, assinar a lista e ir embora. Então, quando percebi que talvez fosse ir mal nas provas, passei a me dedicar nos trabalhos e atividades pra garantir uma nota decente.

Acabou que eu até que fui bem nas provas. Inclusive, antes das primeiras provas eu quase me internei de tanta ansiedade, mas dessa vez foi tranquilo. Não porque eu não fiquei ansiosa, mas porque já tinha alcançado o mínimo pra ser aprovada, então tanto faz ir bem ou mal na prova.

Logo no começo do mês, saiu os primeiros episódios da 2ª temporada de Arcane. Eu não assistia e nem pretendia, mas meu namorado pediu pra eu assistir, assim a gente poderia comentar a nova temporada juntos. Achei que eu não fosse gostar por ser uma série ligada ao universo de LOL e eu não jogo essa bomba. Surpreendentemente, é muito bom. É lógico que tem referências ao jogo (que o meu namorado lolzeiro me explicou) e enfim, mas você não precisa saber dessas coisas pra conseguir entender a história. E eu gostei tanto que agora tenho um copo da Caitlyn, minha favorita, na minha estante (eu também teria copo da Mel se o Burger King não tivesse esquecido da queen). Enfim, fica a recomendação.

Ultimamente tenho jogado Pokémon TCG Pocket, que lançou no final de outubro. Você basicamente coleciona cartinhas Pokémon e usa elas pra batalhar contra outras pessoas. Tô tão obcecada que até fiz uma página no Notion pra organizar as cartas que ainda faltam pra mim (ainda vou trazer o tour pelas minhas páginas, aguardem). Tudo isso porque o sistema pra trocar as cartinhas repetidas com os seus amigos vai ser lançado logo e o meu namorado queria ter duas contas pra pegar cartas mais rápido, ele só não contava que eu mesma ia jogar involuntariamente (e nem eu).

No mundo k-pop, tivemos 4 comebacks que me importaram: Irene com Like a Flower, que teria sido melhor ter lançado no verão, hitaria muito mais. Eu ouvi o mini inteiro também e até gostei das outras faixas, mas nenhuma se destacou; Yves com Viola, que eu demorei um pouco pra acostumar com a repetição até gostar; XG servindo como sempre com Howling e a Taeyeon com Letter to Myself, que eu tava morrendo de medo de não gostar tanto, mas eu amei demaisss, assim como as outras músicas do mini. Inclusive, recomendo assistir a live de Blur logo abaixo.

Assisti poucos filmes nos últimos 30 dias, menos de dez, e vou guardar a minha opinião sobre eles pra poder fazer a segunda parte do post de assistidos de 2024. Mas, pra não passar batido, dos filmes que assisti, o que mais me surpreendeu foi Smile (2022). Todo mundo sabe que eu amo filmes de terror, mas fazia um tempo que eu não assistia, então fui atrás de um e percebi que não assisti a maioria dos filmes de terror lançados nesse ano. Fiz uma lista com os mais interessantes e pretendo completar antes do ano novo.

Voltando pra Smile, sei que ele é de 2022, mas a continuação foi lançada esse ano. Ao contrário do primeiro filme, vi muita gente elogiando o segundo, então comecei a minha lista por ele. Não vou falar muito porque esse post não é uma resenha, mas eu gostei pra caramba e vou estar nas trincheiras por ele! Pra mim, foi um filme de terror perfeito, principalmente no quesito psicológico.

O filme Robô Selvagem, que ainda tá nos cinemas (eu acho), também é incrível. Recomendo um milhão de vezes.

Pra pessoas que tem uma conta no Last.fm como eu, o Spotify Wrapped não é uma surpresa. Eu já sabia como seria o meu top 5 desde, sei lá, outubro. Mas ainda assim fico empolgada pra compartilhar as imagens e ver o Wrapped dos outros.

Apesar que a contagem do Spotify veio toda errada. Vou deixar os meus top 5 do Last.fm abaixo pra vocês compararem. Achei muita canalhice entregarem o Wrapped atrasado e ainda com a contagem errada e com menos coisas pra gente ver. Muita gente sentiu falta do top 5 de gêneros, por exemplo, e eu acho um absurdo não ter top 5 álbuns.

 

 

Por fim, voltei a ler nos últimos dias. Meu kindle estava desligado desde setembro e também não peguei num livro desde então. Me deu vontade (e saudade) de passar os minutos antes de dormir lendo alguma coisa, por isso aproveitei que saiu os resultados do Goodreads Choice Awards e fui escolher um livro de lá.

Enquanto eu fuçava cada uma das categorias, quando cheguei em Readers' Favorite Fantasy e vi a capa em inglês de Império dos Malditos entre os indicados com 28.376 votos, me interessei e fui ver sobre o que era. “Não julgue o livro pela capa” my ass, olhem que capa linda:

Império dos Malditos é o segundo livro da até então duologia Império do Vampiro, que também é o título do primeiro livro. Fala sério, se tem vampiro no meio já é o bastante pra me convencer, mas confesso que quando vi que cada um dos livros têm mais de 900 páginas fiquei com o pé atrás por nunca ter lido calhamaços. Por isso, fui atrás de opiniões na internet e… muita gente odiou. Só que quando a gente tá decidida a fazer algo, a gente dá um jeito né? Aí eu fui no Goodreads e filtrei as reviews pra aparecer só as pessoas que deram 5 estrelas 😁

Estou lendo e por enquanto tá sendo uma boa experiência. Em 2025 posto a resenha aqui. Aliás, coloquei minhas atualizações do Goodreads na barra lateral do blog, caso seja do interesse de alguém. Quem quiser me adicionar lá, fique à vontade.

É isso mores, estou com alguns posts nos rascunhos pra terminar de escrever e agora que estou de férias vou voltar a atualizar aqui (e comentar nos bloguinhos amigos) com frequência. Saudades interagir com vocês 💟

11 novembro 2024

nanaReview #1: Short n’ Sweet — Sabrina Carpenter

Eu queria tomar vergonha na cara e ir ouvir os álbuns que venho procrastinando há um tempo. Então, pensei no melhor jeito de me animar pra fazer isso: criando um quadro (?) aqui no blog… porque gosto de falar de música tanto quanto gosto de ouvir música. E não vou me prolongar explicando sobre e tal porque criei uma página pra isso, dá uma olhada lá!


É o segundo álbum da Sabrina que ouço inteiro, por isso não tenho muito repertório pra usar de comparação. Mas, sendo sincera, não tenho vontade de ir ouvir as músicas mais antigas dela. Até porque também não vejo ninguém falando sobre a carreira dela pré-emails i can't send, então meio que tanto faz.

Eu gostei do emails i can't send e amei os singles do Short n’ Sweet, então não achei que seria má ideia conferir as bsides quando o álbum lançasse. Não fiz quando lançou, mas tô fazendo agora 😝

Artista: Sabrina Carpenter
Álbum: Short n’ Sweet
Lançamento: 23 de agosto de 2024
Gênero: Pop
Duração: 36:15
Nota: 7.6/10

31 outubro 2024

Não tem só redpill e incel no Reddit e eu posso provar

Eu costumava pensar assim também e tinha muito preconceito com o Reddit, assim como tenho com o Discord, apesar de usar ambos casualmente. (Desviando um pouco o assunto pra falar mal do Discord, eu realmente nunca encontrei 1 (uma) pessoa que não fosse mentalmente perturbada nos servidores do Discord. Piadas com o CAPS saturaram, mas dessa vez eu juro que falo de forma não irônica que todo mundo que eu já conversei no Discord devia dar uma passada lá. E olha que eu tenho propriedade pra falar, até porque eu mesma tenho conta no Discord e já tive que ir pro CAPS, mas isso é assunto pra outro post.)

Nem lembro pra que eu criei a minha conta no Reddit em 2020, mas era pandemia e todo mundo fez pelo menos uma coisa duvidosa pra acabar com o tédio (ou em decorrência de um surto) nessa época, então é compreensível. Só lembro que criei minha conta, usei por um tempo, larguei e depois, em 2022, recém diagnosticada, voltei pra entrar no r/bipolar2.

Aí eu larguei de novo 😊🫶

O que interessa é que há uns bons meses eu notei que o Yahoo Respostas foi morto e substituído pelo Reddit. Não importa a pergunta que você fazia no Google, sempre tinha alguém no Yahoo Respostas com a mesma dúvida em 2009. Mas agora, quando pesquiso, vez ou outra aparece alguém no Reddit perguntando a mesma coisa. Isso fez eu criar a mania de adicionar um “reddit” no final de qualquer coisa que eu jogo no Google.

Entrar nas comunidades (subreddits) é igual vaga de emprego: saber inglês é um diferencial, mas não é obrigatório. Isso porque os maiores subreddits são em inglês, mas tem uns brasileiros muito legais, inclusive o r/SubredditsBrasil é todo dedicado pra divulgar eles.

Pra provar pra vocês que tem algumas pessoas normais lá, vim falar sobre os subreddits que euzinha faço parte, outros que olho de vez em quando e mais uns que achei interessante. Se você tiver recomendações, pode deixar nos comentários, viu?

26 outubro 2024

É como disse o Pica-Pau...


No caso, minha cabeça inventa cada coisa...

Tem dias que eu não consigo sentir sono por nada e, em vez de contar carneirinho, eu fico pensando e refletindo sobre muitas coisas (inclusive, isso de contar carneirinho nunca deu certo pra mim).

Era 5 horas da manhã e, em vez de dormir, eu tava pensando sobre como eu acho que tenho obrigação de ser obcecada por tudo que eu gosto. Vou explicar:

Se eu gosto muito de uma cantora, pra mim, eu tenho que saber a maioria ou todas as músicas dela, porque se eu não conhecer uma música que seja e outra pessoa perceber isso, vai parecer que eu não gosto tanto dessa cantora quanto eu digo que gosto. Fonte: vozes da minha cabeça.

Uns anos atrás, a gente fazia cyberbullying chamando os outros de "poser" no Twitter, que significa não ser fã de verdade de alguma coisa, e esse termo era usado de uma forma tão pejorativa que ser chamado assim era o maior pesadelo de qualquer adolescente fangirl. Acho que essa fase da internet me traumatizou um pouco e me persegue porque mexe diretamente no jeito que eu enxergo os meus gostos e hobbies até hoje.

Eu adoro a Viola Davis, não só como atriz mas como pessoa também, mas eu não falo isso pra ninguém porque eu assisti tudo que ela já fez? Não, eu não assisti tudo, e aí minha mente desocupada faz parecer que a minha admiração por ela não é verdadeira ou que eu não gosto dela o suficiente — Nana não se menospreze por 5 minutos challenge.

Percebi que esse pensamento disfuncional acontece por dois motivos: eu me importo muito com a opinião das outras pessoas e fico com medo de um possível julgamento; e eu me comparo muito com outras pessoas que gostam das mesmas coisas que eu e aí se ela parece mais engajada do que eu, parece que eu sou menos fã do que ela e preciso me esforçar mais pra demonstrar que eu realmente gosto da pessoa ou da coisa. (Escrevendo esse parágrafo agora percebi que também rola uma competição dentro da minha cabeça onde eu preciso provar que sou mais fã que a pessoa que to me comparando 💀)

Não satisfeita vou dar mais um exemplo: thriller é o meu gênero favorito pra livros, só que eu não li todos os livros de thriller no mundo, inclusive os mais famosos, tem livros do Stephen King que eu nunca li 🤓 isso faz com que eu seja menos fã do gênero? Não sei, na minha opinião não, talvez pra certas pessoas sim, mas tipo assim, e daí? Quem se importa? Eu vou continuar gostando, independente se eu li 3, 10, 200 ou 5.000 mil livros thriller.

De repente tive uma epifania e percebi que não to nem aí.

Eu não preciso ser uma enciclopédia sobre os meus gostos só pra provar um ponto pra alguém, ou pra paranoia que inventei na cabeça. Não tem necessidade de transformar tudo numa obsessão, eu posso gostar das coisas de um jeito normal sem ficar me cobrando. Já me cobro pra tanta coisa, pra que vou me cobrar com isso que era pra ser o meu lazer?

É claro que quando você gosta de algo, consequentemente você vai consumir muito sobre, uma coisa leva a outra, mas, o que coloquei na minha cabeça é que eu não preciso, não sou obrigada, a consumir tudo sobre o meu interesse se eu não quero. Tem como gostar das coisas de um jeito casual. Simples assim.

Amaram esse character development?

24 outubro 2024

OUT 24 | Falando sobre tudo (e sobre nada ao mesmo tempo)


Outubro ainda não acabou, eu sei, mas meio que me deu vontade de fazer um recap dos últimos acontecimentos e, pra não ter que fazer dois posts iguais, vou juntar tudo numa coisa só.

Já comentei aqui sobre a minha péssima memória, por isso eu anoto todos os acontecimentos do mês pra não esquecer nenhum detalhe na hora de escrever o post. Acontece que esse mês eu fui completamente inútil na skin blogueira e não anotei nada por pura preguiça (o^▽^o)

Só lembro de 2 (duas) coisas realmente relevantes: o Liam Payne morreu e eu voltei pra terapia (juro que os dois não estão relacionados, mas podiam estar).

Sim, eu fui uma pré-adolescente obcecada por One Direction e ainda ouço os álbuns até hoje. Eu falo que é pra curar a Nana de 13 anos interior, mas a verdade é que as músicas são realmente muito boas — Night Changes e Walking in the Wind me salvaram quando ninguém ao menos tentou.

Não vou mentir pra vocês, depois que a banda acabou, eu não comecei a acompanhar a carreira solo de nenhum dos cinco. Do Liam, só conheço uma música (ou podem ser duas músicas diferentes que eu acho que são a mesma música!) porque virou polêmica e meme no Twitter, segue imagens:

Tem toda a discussão sobre ele ser ou não uma pessoa boa, que eu não vou entrar no mérito, mas acho válido. A Halsey postou um texto sobre a morte dele em que ela conseguiu expressar esse luto meio confuso em um trecho assim:

"Eu sei que as pessoas mudam e o luto é incerto ou complicado quando está ligado a uma boa lembrança ou ao sentimento que uma pessoa lhe deu, e não tangivelmente à própria pessoa.”

Daí percebi que quem estava sofrendo era a Nana de 13 anos e não a de 23, e que eu estava lamentando os momentos felizes que vivi onde ele também estava “presente” e não lamentando a perda dele exatamente. Mas o que mais me doeu foi perceber que eu nunca vou poder realizar o meu sonho de pré-adolescente indo em um show da One Direction com os cinco juntos…

De qualquer forma, espero que ele esteja em paz e que a família encontre conforto logo.

Uns dias antes da notícia sobre o Liam, eu voltei pra terapia porque, sendo sincera, estava passando por maus bocados (detalhe: por motivo nenhum!!!!!) Realmente, literalmente nada aconteceu, mas lá estava eu chorando no ônibus voltando pra casa da faculdade. Uma humilhação que molda caráter, eu diria. Como tudo tem limite, decidi ir me tratar, mas dessa vez com uma profissional de verdade e não com vídeos no TikTok.

Na última terça, descobri uns blogs muito legais e isso me fez pensar sobre o meu próprio blog. Cheguei a conclusão de que venho usando uma abordagem muito séria quando, na verdade, eu busco uma coisa mais descontraída. Dá pra encontrar o meu senso de humor em um parágrafo ou outro, mas eu tava escrevendo os posts quase como uma redação do ENEM com o site de sinônimos aberto. Não é bem isso que eu quero, então estou pensando nas mudanças que vou fazer.

Não ironicamente me sentindo uma diva pop pensando no conceito do próximo álbum e qual imagem vou adotar pra campanha de divulgação tal qual a Ariana faz.

21 outubro 2024

Os lançamentos de k-pop que mais gostei em 2024

Eu sei que o ano ainda não acabou oficialmente e pode ser que ainda tenha um lançamento futuro que entre pra essa lista, porém, logo o Spotify para de contar os streams para o Wrapped e eu sou ansiosa. Então, sim, vou fazer uma humilde lista com as músicas de k-pop que mais gostei em 2024 em pleno outubro, por que não?

Já adianto, não teremos boygroups nesse post pelo simples fato de eu não acompanhar nenhum e também porque nenhum comeback vindo de um chamou a minha atenção.

14 outubro 2024

Talvez eu tenha kin na Dory

Mas Nana o que é ‘ter kin em alguém’? “Kinning” é quando você se identifica com um personagem (como a história do personagem, personalidade, aparência, traumas, ou todas as opções anteriores).

Particularmente falando, eu sou bem exigente com os meus kins. Pra eu admitir que me identifico com um personagem eu realmente preciso fortemente me identificar com ele, pra algo além de apenas um traço da personalidade. Por exemplo, a Lisa de Os Simpsons gosta de ler e eu também, mas, pra mim, isso não é suficiente pra eu ter um kin nela, percebe?

Sou tão rígida quanto a isso que até hoje só tenho um kin, que é no Uenoyama Ritsuka do anime/mangá Given (inclusive, fica a recomendação). Se não fosse pelo fato de ele ser um homem e fictício, eu diria que somos exatamente a mesma pessoa. Suspeito que me vigiaram por um tempo sem eu saber pra criar ele.

Enfim, a minha questão com a Dory é que ela sofre de short-term memory loss (quando você não retém informações que acabou de receber, ou seja, sua memória a curto prazo é péssima) e eu também passo por isso. Claro que não de forma absurda quanto mostra nos filmes, mas parecido.

No meu caso, existem muitas causas pra esse problema: a) ansiedade, porque ela pode prejudicar a atenção e concentração; b) estresse, porque estudos apontam que o estresse recorrente provoca liberação excessiva de cortisol e isso atrofia as regiões cerebrais responsáveis pelo armazenamento de informações; c) bipolaridade, porque perda de memória é um sintoma cognitivo do transtorno (sim, sou diagnosticada); d) uma junção de tudo isso?

A teoria que eu mesma inventei, e que até faz um pouco de sentido, é que talvez eu seja ansiosa no nível de dar muita importância pra coisas irrelevantes e isso não deixa espaço no meu cérebro pra informações realmente relevantes. É como estar assistindo um filme e, em vez de prestar atenção nos principais, você fica prestando atenção nos figurantes no fundo da cena.

Sei que a culpa não é minha, até porque não escolhi não lembrar das coisas, mas ainda assim me julgo demais. Em certos momentos, eu me acho extremamente burra, de exemplo, já perdi as contas das vezes em que precisaram me ensinar algo e 2 min depois eu já tinha esquecido tudo mesmo prestando toda a minha atenção. Além disso, algumas pessoas se sentem pessoalmente magoadas com a minha falta de memória por acharem que eu não presto atenção nelas — desculpa não lembrar a sua cor favorita, eu não gosto menos de você por isso, ok? Nem preciso dizer que criei uma insegurança em volta disso, né? Acho que tá bem claro.

Lembram dessa cena no gif acima no filme Soul? Eu queria que nossa mente fosse cheia de arquivos assim e quando precisássemos consultar alguma informação ou lembrança ela estaria lá.

Mas me conta, você tem kin em algum personagem?

05 outubro 2024

A incerteza do “pra sempre” e o luto pelo fim

Quero começar esse texto falando de G.

Nos conhecemos em 2016, eu com 15 e ela com 13, em um grupo para fãs de SEVENTEEN, grupo de k-pop. Tinha muitas outras pessoas lá e a gente acabou se desencontrando, não éramos próximas, se trouxessem o histórico de conversas de volta, seria possível ver que trocamos pouquíssimas palavras. Mas o tempo passou e nós, eventualmente, graças a certos acontecimentos, por acaso viramos amigas, e depois melhores amigas.

Até então eu não acreditava nessa coisa de ‘melhor amigo’, achava até meio infantil, mas G fez eu mudar de ideia. Hoje sei que esse termo existe porque a definição dele é o que ela era pra mim.

Nos vimos pessoalmente uma única vez, em 2017, quando fomos no show do Dreamcatcher, outro grupo de k-pop, mas essa distância nunca atrapalhou o laço que cultivávamos. As conversas eram diárias e não tinha essa de “Oi amiga, tudo bem?”, a gente pulava direto pro assunto.

Não existia barreira na nossa amizade, se algo precisava ser dito, então dizíamos. Eu sabia que a DM dela era um espaço aberto, sem julgamento, que eu podia ser eu mesma e esperar o mesmo dela. Era tudo muito recíproco.

G sabia que alguma coisa estava errada pelo jeito que eu escrevia ou pelo tom da minha voz nos áudios que eu enviava. Ela me conhecia mais do que eu mesma, ao ponto de não precisar me perguntar certas coisas por já saber todas as minhas respostas. Se não fosse pela distância, eu a acusaria de usar telepatia porque exagero em dizer que até meus pensamentos ela conseguia decifrar.

Tínhamos muito em comum ao mesmo tempo que éramos completamente diferentes, mas não pensem que essa diferença nos afastava, muito pelo contrário, era o que mantinha o equilíbrio na nossa amizade. Ela era cores pastéis e eu preto, ela era boazinha demais e eu bruta demais, ela era água e eu fogo, ela era religiosa e eu cética, ela era uma romântica incorrigível enquanto eu passava longe do amor… Apesar de demonstrá-lo diariamente a ela.

Ela deixou de ser apenas uma amiga virtual pra estar totalmente inserida no meu dia a dia, as minhas amigas sabiam de G e minha mãe e irmã tinham o número dela no WhatsApp. Vez ou outra pessoas da minha convivência me perguntavam: “E a G? Como tá?”.

Infelizmente, a época em que éramos amigas também foi a minha época mais mentalmente conturbada. Deve ter sido muito difícil, mas ela esteve presente em todos os meus episódios. No sentido figurado, ela nunca soltou a minha mão.

 
G, uma vez, disse que lembrava de mim nesse verso de "My Tears Ricochet".

Foi assim até 2022. Por um destino final inesperado, nos afastamos e paramos de nos falar. Nós não brigamos e até tentamos, umas duas ou três vezes, reatar o que passamos construindo por seis longos anos, mas as paredes já tinham sido demolidas, o teto estava descoberto e o lugar que antes eu chamava de casa não existia mais.

Sinto falta de passar madrugadas juntas rindo das coisas mais bobas. Sinto falta de comentar com ela sobre os comebacks de cada grupo de k-pop. Sinto falta dos áudios podcast dela (que eu não podia acelerar porque a DM do Twitter não tem essa opção). Sinto falta de falar mal de pessoas que nos fizeram mal pelo menos umas quatro vezes por semana. Sinto falta das nossas piadas internas. Eu sinto muito a falta dela.

Nunca me vi numa realidade sem a G comigo, então eu tinha a plena certeza de que nossa amizade seria pra sempre, mas a vida me deu uma rasteira e aconteceu: ela está lá e eu aqui. Isso alugou um triplex na minha cabeça, porque agora eu tenho muito medo de me iludir ao pensar que algo vai ser pra sempre de novo.

Eu sei e sempre soube que “nada é pra sempre”, ainda assim, tem certas coisas que a gente se apega na esperança da exceção, como era com minha ex-melhor amiga, eu pensava genuinamente que com ela seria diferente. Bom, não foi, e esse é o problema.

Fico ansiosa pensando em muitos assuntos, mas pensar no futuro + fim de ciclos me deixa 200% ansiosa. Tenho dificuldade em aceitar que coisas boas chegam ao fim. É horrível viver um ciclo já pensando em como ele vai acabar, mas é o que tem acontecido comigo. Minha ansiedade me priva de aproveitar as coisas, de me apegar em pessoas, por puro medo de sofrer com o fim posteriormente.

Quando paro pra refletir sobre certos momentos, até agradeço por terem ficado no passado. Tem situações que a gente torce mesmo pra acabar e ter certeza de que não é pra sempre é um alívio, mas atualmente estou vivendo momentos tão legais e me dói pensar que um dia isso pode se tornar apenas mais uma lembrança e não mais a minha realidade.

Esse meu medo do fim se intensificou com o afastamento entre G e eu e o início do meu namoro. Tenho tanto medo de perder o meu namorado, que não sei o que faço com a certeza de que nada é pra sempre. Não acho de bom tom estar em um relacionamento pensando no término, então eu evito ficar ponderando sobre, mas se eu estivesse na terapia, esse com certeza seria um tema recorrente.

Entendo perfeitamente que o encerramento de um ciclo não deve ser sempre visto com negatividade: você pode ter saído de um emprego pra ir pra um ainda melhor, por exemplo. Eu não consigo ser assim, mas quero um dia alcançar esse nível de otimismo.

02 outubro 2024

SET 24 | Setembro amarelo viu… eu tô falando… esse mês…

Esse mês meus divertidamente tiraram férias, daí a ansiedade tomou conta da mesa de controle e ficou exatamente assim:

No início de setembro foi o aniversário de um amigo do meu namorado e seria a primeira vez que eu veria o grupo de amigos dele. Eles já me convidaram pra outros rolês outras vezes, porém eu sempre acabava inventando uma desculpa pra não ter que ir, não por não querer conhecer eles, mas por insegurança mesmo.

Eu não sou exatamente tímida, só que fico retraída conhecendo novas pessoas porque acho que eu não tenho repertório pra manter uma conversa com ninguém. Fora que sou sincera e direta demais, e às vezes confundem com grosseria. Por isso, acabo me tornando aquela pessoa paralisada e tenho muito medo de passar uma imagem de antipática.

Fiquei muito ansiosa com a possibilidade dos amigos do meu namorado não gostarem de mim e eu me sentir desconfortável e querer ir embora. Dessa vez eu não podia aparecer com desculpa, eu já tinha esgotado as minhas fichas e precisava encarar a situação.

Durante as primeiras horas que a gente estava no bar, as vozes da minha cabeça ficavam igual ao gif acima, sabendo do meu potencial depois que pego intimidade, porque até o momento eu só estava sendo awkward. Eu consegui me soltar depois de um tempo graças ao álcool e aí tudo ficou mais leve. Deu tudo certo, yay! Nana 1 x 0 Ansiedade.

A Bienal foi no final de semana seguinte. Fiz um post sobre a minha experiência aqui, mas lá eu não disse que antes do evento chegar, eu fiquei bem ansiosa e com a expectativa alta. No dia anterior eu parecia criança animada com o passeio da escola, separando a roupa, organizando mochila, etc. Até acordei mais cedo que o comum no sábado.

Dias depois, precisei fazer um ultrassom pra certificar que meu DIU não saiu do lugar. Minha ansiedade dispara quando preciso fazer qualquer tipo de exame e com esse não foi diferente. Fico pensando nas coisas que podem dar errado: e se eu descobrir um câncer? Uma infecção? E se o DIU tiver saído do lugar? Pior, e se eu estiver grávida? Os 10 minutos que esperei até ser chamada foi os mais demorados da minha vida. O resultado sai na hora e logo eu fiquei sabendo que estava, sim, tudo bem hahaha 😂

A semana que tive palestras na faculdade foi a única que a ansiedade descansou, mas não durou muito porque na semana seguinte começava a semana de provas. Eu sou insegura, pessimista e me deprecio constantemente, então eu nunca acho que vou tirar boas notas mesmo estudando. Tenho muitas evidências de provas passadas pra me tranquilizar e achar que vou bem, mas sempre acho que dessa vez não vai ter como, dessa vez é a vez de eu ir mal pela primeira vez.

Com tanto protagonismo que a ansiedade teve esse mês, não é de se surpreender que minha disidrose voltou. Pra quem não sabe, disidrose são bolhas bem pequenininhas cheias de líquido que aparecem nas mãos, dedos e pés, elas causam principalmente coceira intensa e sensação de queimação no local (aqui um vídeo). Pesquisando no Google, não dão uma causa específica, mas a dermatologista que fui disse que é ansiedade e estresse, e eu acredito nela. Já voltei a usar minha pomada e logo elas somem.

Para as mídias consumidas durante o mês: li apenas um livro, que já fiz resenha aqui no blog, mas foi um livro tão bom que valeu por cinco; assisti o primeiro filme do Sonic (2020) e achei engraçadíssimo, também assisti Ex Machina (2014) e Divertida Mente 2 (2024); para música, ouvi muito o HIT ME HARD AND SOFT da Billie Eilish.


Meu last.fm em 30 de setembro de 2024.

Fiz muitas mudanças no blog durante setembro todo. No começo do mês mudei as cores pra branco e vermelho, depois adicionei uma página de contato, mudei o link pra seguir o blog pro final da barra lateral e acrescentei um gatinho fofo junto, troquei e aumentei a fonte do texto, adicionei um widget do Status Cafe também na barra lateral, organizei e acrescentei algumas coisas na página Sobre e mudei o rodapé do blog pro meu quote favorito. Mantive essas mudanças, porém troquei o layout do blog pra esse azul e amarelo, gostasse?

Além das alterações que fiz aqui, eu criei um Neocities pra manter um journal dos mangás que leio. Quebrei a minha cabeça pra entender como esse site funciona, fiquei mais de 3 horas pra criar um design simples, mas ficou do jeitinho que eu queria. Vou deixar o link aqui pra quem quiser visitar, mas também dá pra acessar pela imagem na barra lateral.

É isso amorecos, um bjo 💋




29 setembro 2024

Resenha de O Massacre da Família Hope (Riley Sager)

Em 1929, a rica família Hope foi brutalmente assassinada, restando apenas a filha mais velha, Lenora, que acabou se tornando a principal suspeita. Todos na cidade acreditam que ela foi a responsável pelo massacre, mas a polícia nunca encontrou provas pra incriminá-la.

Décadas depois, Kit McDeere aceita trabalhar como cuidadora de Lenora. Aos setenta anos e presa a uma cadeira de rodas, Lenora perdeu a capacidade de falar, devido a uma série de derrames, e só consegue se comunicar com Kit usando uma máquina de escrever. Até que Lenora escreve “eu quero te contar tudo”.

Essa é a intrigante história de O Massacre da Família Hope de Riley Sager, que começa excelente e termina melhor ainda. O livro consta com pouco mais de 133 mil notas 5 estrelas merecidas no Goodreads e também foi indicado na categoria Best Mystery & Thriller no Goodreads Choice Awards. Ou seja, o título não é pouca bosta e é apreciado por muitos, inclusive por mim.

  Esta resenha não contém spoilers!  

25 setembro 2024

Saudades daquilo que vivemos

Esses dias lembrei dos jogos que eu passava horas quando criança e me dei conta de que todos eles estavam na internet, dentro de um site, diferente dos dias de hoje que são todos de download.

O engraçado é que lembro que não eram jogos complexos, eram simples e geralmente repetitivos, você fazia a mesma coisa de novo e de novo — por exemplo, os jogos de vestir e fazer o cabelo da Barbie —, mas não deixavam de ser divertidos e viciantes.

Com isso, fui atrás de imagens dos joguinhos que eu gostava pra me trazer esse sentimento de nostalgia e me surpreendi que alguns estão disponível até hoje.


Habbo Hotel (lançamento no Brasil: 2006)

Nunca fui chegada ao Club Penguin, mesmo quando me deram uma conta paga pra usar, eu preferia virar a noite nos servidores online do Habbo Hotel. Foi lá que inventei a poligamia e tive milhares de webnamorados. Era um amor tão verdadeiro que no dia seguinte eu já não me lembrava da existência de nenhum deles.

Um outro site parecido era o BarbieGirls.com, que foi o meu primeiro grande trauma capitalístico. Dava pra personalizar a sua barbie, decorar o seu quarto, adotar pets, além dos mini-jogos para você ganhar moedinhas. Esse também tinha coisas pagas que eu sonhava em ter, porém minha vontade só se agravou quando descobri que dava pra comprar as bonecas do jogo na vida real, e além de funcionarem como MP3, te davam um código pra acessar as coisas VIPs no site. Chorei tanto pra ter uma, mas falhei miseravelmente.

BarbieGirls.com (lançamento: 2007)

Polly Pocket: Polly Party Pickup (lançamento: 2007)

Falando em bonecas, a Polly Pocket também tinha um joguinho. Era bem simples, você só precisava buscar os amigos da Polly de carro e levá-los pra festa enquanto desviava dos obstáculos no caminho. Se não me engano, tinha até um cronômetro pra ensinar trabalho sob pressão desde cedo. Era legal!

Romance Academy: Heartbeat of Love

Romance não é algo que me chama a atenção atualmente, mas quando criança, muitos jogos envolviam relacionamentos no geral. Em um você usava um laser pra conquistar os meninos da escola, em outro o objetivo era beijar o seu par enquanto o chefe não olhava e tinha aquele onde você colocava dois nomes e mostrava a porcentagem de compatibilidade, definitivamente um clássico. Quem nunca?

Office Kissing

Love Tester Deluxe

Zuzubalândia

Zuzubalândia é um desenho animado brasileiro que eu nunca cheguei a assistir, mas jogava muito! Eles tinham um site com vários joguinhos e um deles era de um tabuleiro muito legal pra você poder jogar com outros amigos ou sozinho mesmo só com as vozes da sua cabeça (meu caso).

Tinha muitos sites como esse que reuniam uma coletânea de joguinhos e eles ou não existem mais ou se existem, os jogos não são mais os mesmos de 10 anos atrás. Eu passava muito tempo no Friv porque gostava da maioria dos jogos de lá. Pensei de verdade que ele tinha ido de arrasta, mas descobri que ele está vivíssimo. Quantas crianças será que sabem da existência desse e de outros sites como esse?

Friv (lançamento: 2004)

Spongebob Squarepants: Ship O' Ghouls (lançamento: 2006)

Pra finalizar, o jogo que me fez entrar nesse rabbit hole e sair pesquisando sobre os meus jogos de infância. Era bem simples, assim como os outros, porém bem estressante, pois você não podia demorar muito pra fazer as coisas senão o Bob Esponja morria. Lembro direitinho que o Bob Esponja precisava entrar em uns canos e, pra isso, você tinha que apertar a setinha pra baixo do teclado e eu, ansiosa desde sempre, surrava o teclado pra tentar ir mais rápido. Bons tempos.

Não eram só esses os jogos que eu jogava quando mais nova, com certeza tinha muitos outros, mas tentei focar nos que eu mais passava tempo e gostava. Minha memória é péssima então pode ser que eu também tenha esquecido de algum outro muito relevante pra Nana de 7-13 anos.

Caso seja de curiosidade: eu ainda gosto muito de passar o tempo jogando. Atualmente tenho gastado minhas horas em Fields of Mistria, mas esse ano já joguei alguns jogos no Playstation 4 como Until Dawn e Detroit e para PC estou pra finalizar The Walking Dead, além de nunca abandonar o meu queridinho The Sims, é claro.

Enfim, meio doido pensar que o tempo realmente passa como tanto alertam e com ele mudanças acontecem. É engraçado quando me dou conta de que a infância que tive é totalmente diferente da infância que as crianças de hoje têm, são referências e gostos totalmente distintos. Acho incrível o tanto que a tecnologia avança a cada dia, mas também é um pouco assustador não saber onde isso vai parar. Venho me sentindo velha perto da geração atual e como as coisas que eu fazia e gostava já são consideradas ultrapassadas, talvez isso só faça parte do processo de viver. 

Será que as crianças da geração atual sabem o que é pesquisar “jogos para meninas” no Google ou elas se contentam com o Roblox? Não convivo com crianças, então se alguém souber a resposta, por favor, deixe nos comentários.

16 setembro 2024

27ª Bienal do Livro de SP


Enfim, fui na Bienal! Uma vitória pra mim, visto que há alguns anos tenho vontade de marcar presença, mas o plano nunca saiu do papel, por falta de dinheiro, companhia, tempo e principalmente planejamento. Desde que comecei a acompanhar o cenário literário no Brasil, todos os anos muito se comenta sobre o grande evento e eu enchia os olhos ao demonstrar meu desejo de ir. Foi só nesse último final de semana, 14/09, que minha irmã me convidou e lá estava eu.

Usamos o metrô para ir até a Rodoviária do Tietê, que é onde disponibilizam ônibus gratuitos pra te levarem até o local da feira. Sinceramente, achei que gastaria bons minutos na fila, que estava bem longa, por sinal, mas não demorou muito tempo até entrarmos em um dos ônibus — confortável e com ar-condicionado! Durante todo o caminho, desde o metrô, tinha muitos guias, muitos mesmo, sinalizando o caminho e instruindo as pessoas.

Entrar no evento foi tranquilo. Apesar de ser no período da tarde de um sábado, não tinha muitas pessoas, então conseguimos caminhar pelos stands sem tumulto. Confesso que logo de início me senti um pouco perdida com tanta opção, não sabia direito pra onde ir. Entramos e eu pensei: “Tá, e agora? Pra onde a gente vai?”

Andamos meio que sem um objetivo definido e fomos entrando nos stands que pareciam interessantes ou nos que tinham promoções do tipo 3 livros por R$ 20.

Apesar de colecionar mangás — e ter uma quantidade considerável deles —, o mesmo não acontece com livros. Prefiro ler por e-book e só comprar depois se eu gostar muito da história. Parece sem sentido, eu sei, mas gosto da ideia de ter a cópia física dos meus queridinhos na estante. Dito isso, é raro eu comprar um livro sem ter lido ele antes, por medo de não gostar, me arrepender e ficar remoendo o dinheiro gasto — esse pensamento não vale pros e-books que compro, mas enfim. Conclusão: dá pra imaginar que relutei muito até enfim passar o cartão e levar um livro.

De início, nada me chamou atenção, até que comecei a encontrar os títulos que estão na minha lista pra ler. Não vou me prolongar contando sobre as sinopses, mas os quatro livros que comprei foram: Hide: Esconda-se Quem Puder da Kiersten White, Assassinato no Expresso Oriente da Agatha Christie, A Última Casa da Rua Needless da Catriona Ward e O Bosque do Silêncio do André Vianco — gente, não achei o link pra esse livro em lugar nenhum da internet, sei lá… Minha irmã me presenteou mais dois: Uma Família Feliz do Raphael Montes e Confissões do Crematório da Caitlin Doughty. Sim, sou bem diversa e só levei pra casa títulos thriller.

Eu vi opiniões bem negativas sobre a Bienal desse ano no TikTok, mas posso apenas falar sobre a minha experiência, que foi até que positiva. O evento estava organizado e fiquei surpresa ao ver tanta opção pra diferentes gostos. Eu não imaginava que teria stand exclusivo pra livros religiosos, mangás, livros sobre jogos e livros infantis, por exemplo. Porém, como sugestão, eu aconselharia distribuírem mapas do lugar, porque confesso que achei fácil se perder por lá.

Queria muito ter visitado stands de editoras maiores, como a Intrínseca, mas a procura é tanta que até fila gigante tem pra entrar. Como eu e minha irmã não estávamos a fim de ficar ali paradas, em pé, esperando, desistimos da ideia. E, sinceramente, tenho certeza que os preços não eram tão diferentes comparados aos da internet. Mas essa é a verdade, promovem uma ideia de que você vai economizar muita grana indo na Bienal, só que não. Pra dar uma noção, meu brilho sumiu quando vi que Saboroso Cadáver da Agustina Bazterrica estava por simplesmente R$ 70, sendo que no site da própria DarkSide o livro custa quase R$ 52 com brinde exclusivo. Claro que alguns livros realmente têm um descontinho se comparar com o preço disponível na Amazon, eu mesma economizei R$ 10 em A Última Casa da Rua Needless (muuuito dinheiro). Pra não mentir, posso confirmar que títulos menos conhecidos, de fato, ficam com um preço bem em conta e aí, sim, dá pra aproveitar.

Você vê muito livro, afinal é um evento cultural voltado pra isso, só que chega uma hora que você começa a ver os mesmos títulos em stands diferentes de novo e de novo e de novo. Não sei se rola uma questão de garimpar e comparar os preços, provavelmente sim, mas quando você vê o mesmo livro pela quinta vez, dá uma impressão de repetição e de que você já viu tudo que tinha pra ver. Se assim como eu, você não fizer questão de enfrentar as filas pras editoras maiores e não entrar em todos os stands, em mais ou menos duas horas dá pra ir embora satisfeito.

Falando de forma bem ignorante, parece que a Bienal é uma Amazon gigante onde você entra, seleciona o livro, lê a sinopse, compara preços, talvez adiciona no carrinho e leva. Não vou ser idiota e resumir o evento à isso, até porque vi muitas palestras acontecendo, muitos autores dando autógrafos e muitos escritores independentes se divulgando. Tem uma importância muito grande pro mercado literário, porém não achei esse mousse todo que falam. 7/10.

Não sei se vou marcar presença na edição de 2026, mas nem por isso deixo de recomendar. Se tiver a oportunidade, vá! Experiências são diferentes pra cada pessoa, afinal.

13 setembro 2024

Resenha de A Corrente (Adrian McKinty)

Faz uns anos que estou enfrentando uma ressaca literária. O último livro que li foi O Mar Sem Estrelas da Erin Morgenstern, que é muito bom por sinal e se tornou um dos meus livros favoritos. Desde então fico buscando escolher qual será o próximo título que lerei, mas nunca inicio a leitura de fato. Eu sinto falta de tirar um tempo pra ler alguma coisa, por isso pensei em tentar voltar ao antigo hábito ao mesmo tempo que transformo minha jornada em conteúdo pro blog.

Escolher o livro certo estava entre as minhas preocupações, porque imagina estar toda animada pra voltar a ler, começar um livro e achar ele chato e desinteressante, ia destruir toda a minha motivação. Por isso, não quis sair da minha zona de conforto e escolhi um livro do meu gênero favorito: thriller, além de ser um título presente na minha TBR há bastante tempo. Então, ressuscitei o meu Kindle e iniciei a leitura.

  Esta resenha não contém spoilers!  

01 setembro 2024

AGO 24 | Eita, como vive...

A música que mais ouvi em agosto de 2024.

Agosto acabou, finalmente! Todo ano falam que esse é o mês mais longo do ano, mas senti que o de 2024 nem foi tão arrastado assim. Enfim chegamos em setembro, o que quer dizer que só resta mais três meses pra darmos boas vindas a 2025, que loucura.

27 agosto 2024

Pregando a palavra de Fields of Mistria

Até maio desse ano eu era completamente viciada em Genshin Impact, jogava desde fevereiro de 2021 e dedicava quase todo o meu tempo livre — e dinheiro — no jogo. A cada 40 dias Genshin tinha uma atualização e com o passar do tempo eu fui perdendo o interesse: os personagens novos não me chamavam mais a atenção e não só isso, mas os mapas novos também não me animavam, logo eu que amava explorar, abrir baús, fazer puzzles… Então, com muita dor no coração, eu decidi parar de jogar e até desinstalei o aplicativo do meu computador e celular.

Desde então eu sinto falta de passar o tempo me dedicando à algum jogo. Eu amo The Sims desde que me conheço por gente, mas não era o que eu estava procurando. Também não queria de jeito nenhum me viciar em outro gacha. Com isso, me lembrei da existência de Stardew Valley.

Resumindo a minha história com Stardew: uma amiga elogiava muito o jogo e resolvi comprá-lo quando o mesmo estava em promoção na Steam. Eu tentei me viciar umas quatro vezes, mas nunca consegui me prender e jogar mais que um dia. Mês passado, comprei o jogo no celular, achando que adiantaria de alguma coisa, mas, mais uma vez, não me prendeu. Pra quem ainda resta dúvida: eu já aceitei que Stardew Valley não é pra mim.

Há umas duas semanas estava gastando minhas horas rolando o TikTok e esbarrei em um vídeo do ruyzo apresentando Fields of Mistria, um jogo bem semelhante a Stardew. De primeira impressão não me interessei muito, mas foi só eu ver uma querida aleatória falando sobre no Twitter que me convenceu a testar e posso dizer que estou completamente obcecada.

A premissa é bem parecida com a de Stardew Valley mesmo, por exemplo, você tem uma fazenda para cuidar, uma mina pra explorar, um museu pra doar coisas no estilo do Centro Comunitário do Stardew e uma cidade para ajudar a reerguer depois de um terremoto. Você também consegue dar presentes para os NPCs e ganhar corações com eles — ainda não é possível namorar, casar e ter filhos, mas os desenvolvedores já disseram que irão incluir essas opções nas atualizações futuras.

Em Stardew Valley eu sentia que você precisa ser produtivo todos os dias, que você precisa ter toda uma logística pra obter lucros e ter uma estação bem sucedida. Isso atrapalha um pouco a sua diversão no jogo, na minha opinião, porque começa uma autocobrança pra “jogar do jeito certo”. Eu não sinto isso em Fields of Mistria, muito pelo contrário, é tudo mais leve, você pode fazer as coisas no seu tempo, dar prioridade pro que você preferir.

Muita gente comentou que os desenvolvedores basicamente pegaram todos os mods do Stardew Valley e acrescentaram no jogo base. Nós conseguimos ver a localização dos NPCs no mapa, o jogo te avisa quando é aniversário de alguém, também é possível ver se você já doou ou não algum item pro museu sem necessariamente precisar ir até ele, você pode salvar o jogo a qualquer hora do dia sem ter que ir dormir e mudar o dia... tudo isso são mods que você acrescenta no Stardew Valley, mas em Fields of Mistria são melhorias inclusas no próprio jogo.

Além disso, ele é totalmente inclusivo, dando a opção pra escolher os seus pronomes e colocando bandeiras LGBTQIA+ como estampa de itens de vestuário, como chapéus. Enquanto eu estava no TikTok pesquisando vídeos sobre FOM, vi uma pessoa muito feliz ao se deparar com hijabs na aba de roupas. Há também como adaptar algumas animações para melhorar a experiência de pessoas fotossensíveis.

Fields of Mistria está disponível na Steam em acesso antecipado, ou seja, o jogo ainda não está completo, mas já dá pra se divertir horrores com ele. Ele é pago — até o momento desse post está R$44,49 — e, infelizmente, não tem tradução oficial pra PT-BR, mas juro que vale muito a pena.

Entre idas e vindas pelas redes sociais, descobri que existe uma tradução PT-BR feita por fãs, que você pode baixar sem dor de cabeça pelo servidor do Discord. É totalmente seguro, pois o arquivo funciona como uma espécie de mod. Vou deixar aqui um tutorial por vídeo, caso seja de maior ajuda.

A comunidade ainda é pequena e tem poucos guias na internet, mas vejo muito potencial pra crescer cada vez mais. Quando minha fazenda estiver mais organizada e avançada, eu volto pra mostrar pra vocês!

12 agosto 2024

Assistidos de 2024 (até agosto)

Há alguns dias, a Vaneza do blog Garota do 330 fez um post com a tag dos 50% que consiste em responder algumas perguntinhas com os livros que você leu até a metade do ano. Eu passo por uma ressaca literária desde 2020, não consigo ler nem 5 páginas de um livro — inclusive, aceito dicas de como resolver esse problema —, mas eu queria muito discorrer sobre o que venho consumindo ultimamente e como só tenho assistido filmes, por que não falar sobre eles? Tudo bem que já estamos em agosto e teoricamente já passamos da metade do ano, mas vamos fingir que não, ok!? Em vez de responder as perguntas da tag, vou comentar sobre todos os filmes que assisti até a data desse post.

Acho importante comentar que além dos filmes que vou falar a seguir, eu também estou maratonando as franquias X-Men e Velozes e Furiosos, porém estou pensando em fazer posts separados sobre elas. Vou ver se vale a pena. 

04 agosto 2024

A vida gira em torno de se sentir amado

@safegreenhouse é uma conta no Twitter onde a Mar Albinati posta colagens feitas por ela, dito isso, a colagem ao lado apareceu na minha timeline e na hora me lembrou de algumas reflexões que já tive e que ainda tenho, às vezes, então vou discorrer sobre elas aqui.

Há um tempo, o conceito de linguagem do amor ficou bem conhecido pelas pessoas na internet e fora dela também. Caso você ainda não conheça, vou deixar um link aqui pra você poder acessar e se inteirar do assunto.

A minha linguagem do amor sempre foi palavras de afirmação. Eu gosto de ser elogiada, da mesma forma, gosto quando as pessoas deixam claro o que elas sentem por mim. Não me entendam mal, eu acredito fortemente no que dizem sobre atitudes valerem mais do que mil palavras, só que eu também aprecio muito o ato de se expressar com palavras — não é à toa que tenho esse blog.

Durante o tempo que fiz terapia, eu falava e falava e sempre caía na mesma conclusão: preciso da aprovação dos outros pra me sentir melhor comigo mesma. Daí vem o peso que dou para palavras de afirmação, eu pre-ci-so saber se estou agradando. Ouvir que estou sendo uma boa filha, amiga, namorada, funcionária, aluna… O problema maior é quando eu fico sem ouvir palavras de afirmação das pessoas por um tempo, porque minha insegurança fica ainda maior e eu já começo a pensar que me odeiam, que sou péssima, que vão se afastar de mim, etc.

Soa muito inseguro da minha parte não ter confiança o suficiente pra não precisar se escorar nos elogios dos outros, eu sei. Venho tentando trabalhar cada vez mais nisso. Só que um tempo atrás vi um vídeo no TikTok — não consegui achar o link, sorry — de uma querida falando que cada pessoa tem um jeito de se sentir amado e infelizmente nem toda pessoa vai saber demonstrar do jeito que você precisa, e uma boa parcela não vai querer aprender a sua linguagem. Isso abriu a minha cabeça e plantou muitas sementes.

Até ano passado (2023) eu não fazia questão alguma de me envolver com ninguém, sempre fui do time que enche a boca pra falar “não me vejo namorando” ou “não quero namorar de jeito nenhum”.  Na minha cabeça, o amor era difícil e estressante, eu era difícil e estressante, duvidava que eu ia encontrar alguém pra me amar e ainda que demonstrasse do jeito que eu preciso. 

A verdade é que ninguém é de ferro, vez ou outra (até eu) fantasiava um romance e a dúvida vinha junto: “Realmente quero namorar ou eu só quero me sentir amada?” Essa mesma pergunta veio forte um pouco antes de eu aceitar o pedido de namoro do meu amorzinho. Se envolver com alguém requer atenção, cuidado, responsabilidade e principalmente amor, e não é tão simples quanto parece. Enquanto se sentir amado massageia uma insegurança de não se sentir digno, de precisar da aprovação alheia pra se sentir bem consigo mesmo, de se sentir sozinho. Pode ser uma armadilha engatar em um relacionamento só porque seus olhos encheram ao sentimento de ter uma prova de ser amável, então cuidado! Vamos evitar brincar com os sentimentos dos outros.

Inclusive, não acho que se sentir amável seja algo exclusivo de relações amorosas, pode muito bem acontecer dentro de uma amizade também! Só que nesse caso a pergunta é um pouco diferente, no caso, a que eu mais me fazia era: “Eu gosto dessa pessoa ou só gosto do que ela me proporciona?” É uma reflexão importante a se fazer.

Esse post não é pra ser sobre conselhos de relacionamentos, até porque estou longe de ser uma especialista nisso, mas dou a dica de você conversar com o seu parceiro, com seu amigo, com a pessoa que você se abre emocionalmente e dizer como você se sente amado, o que o outro pode fazer pra demonstrar o amor dele por você do jeito que você precisa. Facilita muito.


01 agosto 2024

E ela, não volta mais? — Grupos que sinto falta no k-pop :(

Comecei a acompanhar grupos de k-pop lá em 2015 e ano passado resolvi reunir quase todas as músicas de k-pop que conheço em uma única playlist. Lá tem muitas músicas antigas de grupos que nem existem mais e toda vez que ouço fico melancólica com a nostalgia de sentir falta de um grupo que disbandou. Quis trazer esse tópico pra cá porque lamentar em forma de tweet não é o suficiente.

25 julho 2024

Esse post era pra ser um tweet

O tweet era mais ou menos assim:

"Muito se fala sobre as pessoas que tem dificuldade de se ver como uma pessoa individual dentro de um relacionamento, mas ninguém fala sobre as pessoas que sempre se viram como uma pessoa individual e agora começaram um relacionamento."

Mas eu trouxe pra cá porque quero elaborar sobre. Pra começar, é importante dizer que é o meu primeiro relacionamento, eu tô aprendendo como namorar, o que significa que eu dou muita mancada ainda. Nada muito grave, mas o suficiente pra resultar em conversas sérias e nada confortáveis.

A questão é que eu passei 22 anos sozinha e agora aprendi que preciso pensar antes de sair falando coisas. Eu entendi que da mesma forma que algumas falas dele me machucam, falar certas coisas também vão machucar ele e não faz mal evitar.

Outra coisa que estou me acostumando é a de fazer coisas junto. Eu nunca tive companhia pra fazer as coisas que eu gosto ou pra comentar sobre os meus interesses, me habituei a viver meus hobbies sozinha, mas agora eu tenho uma pessoa que quer me acompanhar e isso é lindo, é mágico, mas não deixa de ser inédito pra mim.

Ser uma pessoa insegura atrapalha um pouco as coisas, eu acho. Também descobri que sou muito mais sensível do que eu sempre achei que fosse e talvez um pouco “explosiva” — não é essa a palavra que eu queria usar, ela é muito forte, mas foi o único jeito que consegui achar pra me expressar —, eu morro de ciúmes e não sei dosar a intensidade na hora de demonstrar. E o principal: guardo o que me incomoda pra mim.

Junto a tudo isso, penso que não sei externalizar o que sinto direito, ao mesmo tempo que parece que um “eu te amo” não é o suficiente. Queria poder abrir a minha cabeça (ou coração, nesse caso) e mostrar visualmente exatamente o que sinto e o quanto eu sinto, o tamanho do meu amor.

Eu me preocupo tanto com esse assunto, sobre querer demonstrar meus sentimentos da forma certa, que me apego a agradar a pessoa numa tentativa de compensar aquilo que penso não saber fazer. Não esqueço das minhas próprias vontades, mas peco em priorizar as vontades da outra pessoa.

Enfim, são muitos hábitos que caminham comigo por causa da individualidade que sempre tive, hábitos esses que podem incomodar dentro de um relacionamento se não podados. Infelizmente, não se aprende a namorar e viver em conjunto com outra pessoa num passe de mágica, o único jeito é ir vivendo um dia de cada vez.

24 julho 2024

JUL 24 | Girl, so confusing

Sou péssima com introduções. Como eu deveria começar isso aqui? Não vou me apresentar e nem explicar o intuito desse blog porque isso você encontra na página Sobre.

Tenho muitos pensamentos por dia e, pra ajudar, não estou indo na psicóloga, então esperem conteúdos diversos nesse blog. Desabafos, indagações, reflexões, opiniões, recomendações, enfim. E já que estamos quase no final de julho, por que não começar escrevendo sobre ele?