Faz uns anos que estou enfrentando uma ressaca literária. O último livro que li foi O Mar Sem Estrelas da Erin Morgenstern, que é muito bom por sinal e se tornou um dos meus livros favoritos. Desde então fico buscando escolher qual será o próximo título que lerei, mas nunca inicio a leitura de fato. Eu sinto falta de tirar um tempo pra ler alguma coisa, por isso pensei em tentar voltar ao antigo hábito ao mesmo tempo que transformo minha jornada em conteúdo pro blog.
Escolher o livro certo estava entre as minhas preocupações, porque imagina estar toda animada pra voltar a ler, começar um livro e achar ele chato e desinteressante, ia destruir toda a minha motivação. Por isso, não quis sair da minha zona de conforto e escolhi um livro do meu gênero favorito: thriller, além de ser um título presente na minha TBR há bastante tempo. Então, ressuscitei o meu Kindle e iniciei a leitura.
Esta resenha não contém spoilers!
Em A Corrente, Rachel recebe o telefonema de um número desconhecido em que uma voz de mulher avisa que Kylie, filha de Rachel, está no banco de trás de seu carro, e que Rachel só verá a filha de novo se pagar um resgate, sequestrar outra criança e fazer a mesma ligação pros pais dela. A mulher no telefone também é mãe e teve o filho sequestrado e, se Rachel não fizer exatamente o que ela manda, o menino morre, e Kylie também. Tudo isso se trata de um esquema chamado de Corrente que agora Rachel faz parte.
O livro é dividido em duas partes e na primeira delas a gente acompanha a Rachel precisando lidar com o resgate da filha e com o fato de que ela precisa sequestrar outra criança. Pode ser frieza da minha parte, mas eu não gosto de personagens que demoram capítulos pra associar o que está acontecendo e se recusam a cumprir logo o que eles devem fazer, esse, felizmente, não é o caso da Rachel, ela, na minha opinião, foi uma ótima protagonista desde o começo. Ela não só venceu um câncer como também ama muito a filha, só com isso já dá pra se convencer do quanto ela é forte e que motivação não falta pra ela. Assim que fica sabendo que Kylie corre perigo, ela não mede esforços para trazer a menina de volta e põe a mão na massa, fazendo tudo o que a Corrente pede sem pensar duas vezes.
O desenvolvimento de Rachel, Kylie e outros personagens é bem feito, com a ressalva de uma em específico. Não vou me prolongar para evitar spoilers, mas o desenvolvimento dessa certa personagem que aparece somente na segunda metade poderia ter sido melhor aproveitado. Por isso, acredito fortemente que não seria má ideia se o livro fosse um pouco maior, com mais capítulos. Tem uma série de cenas na minha cabeça que penso que agregaria muito para o livro, que eu gostaria muito de ter visto/lido.
É óbvio que em algum momento da história a Rachel iria querer descobrir quem está por trás de todo esse esquema de resgates e sequestros, quem lucra com tudo isso, e sua motivação continua convincente. Mas, sendo sincera, achei essa parte da investigação rápida demais, fácil demais, conveniente demais. Seria interessante se o suspense fosse melhor trabalhado e mantido por mais algumas páginas.
Um detalhe que achei no mínimo engraçado foi o nosso querido blogger sendo citado. Até marquei a passagem pra não esquecer de comentar sobre aqui. Rachel é uma adepta da blogosfera como nós.
Nesse livro os personagens se tornam ao mesmo tempo vítima, sobrevivente, sequestrador e criminoso. Você se pergunta diversas vezes até que ponto uma pessoa é 100% boa ou 100% má. Você se pergunta se é que existe mesmo essa coisa de ser bom e mal. Usar esse questionamento pra criar o caráter dos personagens foi uma sacada muito boa e bem incrementada.
Apesar do tema carregado de seriedade, a escrita do Adrian McKinty é de fácil compreensão e não tem muita enrolação. Ponto super positivo. O texto não é maçante e a história é contada de uma forma intrigante, o que contribuiu muito pra que eu conseguisse continuar e finalizar a leitura, me salvando dos males que uma ressaca literária pode causar.
Eu estava com certa expectativa antes de ler, bem pouca coisa, e, apesar do desenrolar dos eventos não chegar a me decepcionar exatamente, sendo bem exigente, a ideia é criativa, mas todo o resto não é tão diferente dos outros livros thriller. Pra quem está acostumado com o gênero talvez ache A Corrente bem mais do mesmo.
Nota: ★★★
Nana, amei o review! Thriller não é o que costumo ler, admito, mas sempre gostei de ler as impressões de quem conhece sobre um assunto com qual não tenho muita intimidade, é bom conhecer outras coisas, outros assuntos. E as mudanças no layout também ficaram uma graça!
ResponderExcluirQue bom que gostou, thriller é o gênero que mais me deixa empolgada e por isso acabo lendo bastante, mas o lado negativo é acabar esbarrando em muita coisa parecida. Obrigada! Confesso que penei um pouco com o html pra mudar alguns detalhezinhos, mas deu tudo certo kkkkk
ExcluirAMEI A SUA RESENHA! Eu já fui muito do thriller, inclusive acho que o livro desse gênero que mais me deixou envolvida/chocada foi Entre quatro paredes da B.A Paris (gatilhos para violência doméstica). De uns tempos pra cá me perdi na fantasia e romance de época e estacionei legal (planos de dar uma variada mês que vem por causa do halloween). Sobre O Mar Sem Estrelas, eu tô doida pra ler! Tô esperando encontrar ele por menos que meu rim kkkkkkk, e quero saber se você já leu O circo da noite, também da Erin Morgenstern, esse é um dos meus favoritos da vida!
ResponderExcluirGarota do 330
Não conhecia Entre quatro paredes, li a sinopse e achei interessante, adicionei na minha lista pra ler. Não sou muito chegada em romance de qualquer tipo, mas já me aventurei em fantasias e minha experiência foi até que positiva. O Mar Sem Estrelas é maravilhoso! Meio confuso, talvez complexo, mas muuuito bom. De verdade, nunca me interessei pela sinopse de O circo da noite, também nunca li resenhas sobre, mas acho a capa muito linda, é o que mais me chama a atenção. Como também é da Erin Morgenstern, posso dar uma chance, já que gostei muito da escrita e criatividade dela.
ExcluirNanaaaaaaaaaaa por favor leia o circo da noite!! A história do livro é dividida em dois núcleos e a gente acaba tendo narradores diferentes, o primeiro é uma criança que vê um circo misterioso surgir DO NADA na cidade e faz de tudo para descobrir os mistérios por trás da lona. A outra narração mostra uma competição entre um homem e uma mulher envolvendo magia. Tudo isso tá conectado. Eu nunca li algo tão imersivo como as descrições Erin sobre o circo.
ExcluirQue interessante! Fiquei curiosa pra saber como tudo isso se conecta no final, vou adicionar na minha lista e dar uma chance assim que tiver tempo.
ExcluirOi, Nana! Tudo bem?
ResponderExcluirUltimamente tenho voltado ao hábito de leitura também, esse mês em específico passei a maioria das minhas noites lendo e estou numa maré muito boa de livros bons e tô com um medo que perca o fio da meada kkkk.
Sobre o livro: Achei o início a cara de Scream, o telefonema a ameaça... Não li tantos livros de Thriler, suspense ou terror, o último que eu li foi "Não fale com estranhos" e achei uma bomba. Quais seus livros favoritos do gênero?
Até logo!
✴︎ dance, dance, dance.
Que bom que estamos juntos nessa. Partilho do mesmo sentimento, sempre dá um medinho de fazer a escolha errada e perder a sequência de livros bons, mas faz parte. E, sim, lembra Scream, que inclusive é um filme que gosto muito. Não conhecia Não fale com estranhos e confesso que a sinopse me intrigou bastante. Os meus favoritos são Precisamos Falar Sobre o Kevin da Lionel Shriver e Caixa de Pássaros do Josh Malerman, que é até um dos meus autores favoritos, apesar de achar que ele não sabe escrever finais. Recentemente li O Massacre da Família Hope e achei bom demais, estou até considerando adicionar como favorito, logo menos trago uma resenha sobre ele pra cá.
ExcluirNossa, acho que esse é um dos livros mais antigos do meu Kindle, e até não li :s
ResponderExcluirAcho que tô precisando de uma boa leitura de suspense pra me tirar da ressaca literária.
Beijos, Brenshelf
É um livro bom, não excelente, porém mesmo assim me ajudou a sair da ressaca. Acho interessante a ideia de pegar histórias de suspense pra alimentar a curiosidade e assim dar motivação pra ler.
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