29 setembro 2024

Resenha de O Massacre da Família Hope (Riley Sager)

Em 1929, a rica família Hope foi brutalmente assassinada, restando apenas a filha mais velha, Lenora, que acabou se tornando a principal suspeita. Todos na cidade acreditam que ela foi a responsável pelo massacre, mas a polícia nunca encontrou provas pra incriminá-la.

Décadas depois, Kit McDeere aceita trabalhar como cuidadora de Lenora. Aos setenta anos e presa a uma cadeira de rodas, Lenora perdeu a capacidade de falar, devido a uma série de derrames, e só consegue se comunicar com Kit usando uma máquina de escrever. Até que Lenora escreve “eu quero te contar tudo”.

Essa é a intrigante história de O Massacre da Família Hope de Riley Sager, que começa excelente e termina melhor ainda. O livro consta com pouco mais de 133 mil notas 5 estrelas merecidas no Goodreads e também foi indicado na categoria Best Mystery & Thriller no Goodreads Choice Awards. Ou seja, o título não é pouca bosta e é apreciado por muitos, inclusive por mim.

  Esta resenha não contém spoilers!  

25 setembro 2024

Saudades daquilo que vivemos

Esses dias lembrei dos jogos que eu passava horas quando criança e me dei conta de que todos eles estavam na internet, dentro de um site, diferente dos dias de hoje que são todos de download.

O engraçado é que lembro que não eram jogos complexos, eram simples e geralmente repetitivos, você fazia a mesma coisa de novo e de novo — por exemplo, os jogos de vestir e fazer o cabelo da Barbie —, mas não deixavam de ser divertidos e viciantes.

Com isso, fui atrás de imagens dos joguinhos que eu gostava pra me trazer esse sentimento de nostalgia e me surpreendi que alguns estão disponível até hoje.


Habbo Hotel (lançamento no Brasil: 2006)

Nunca fui chegada ao Club Penguin, mesmo quando me deram uma conta paga pra usar, eu preferia virar a noite nos servidores online do Habbo Hotel. Foi lá que inventei a poligamia e tive milhares de webnamorados. Era um amor tão verdadeiro que no dia seguinte eu já não me lembrava da existência de nenhum deles.

Um outro site parecido era o BarbieGirls.com, que foi o meu primeiro grande trauma capitalístico. Dava pra personalizar a sua barbie, decorar o seu quarto, adotar pets, além dos mini-jogos para você ganhar moedinhas. Esse também tinha coisas pagas que eu sonhava em ter, porém minha vontade só se agravou quando descobri que dava pra comprar as bonecas do jogo na vida real, e além de funcionarem como MP3, te davam um código pra acessar as coisas VIPs no site. Chorei tanto pra ter uma, mas falhei miseravelmente.

BarbieGirls.com (lançamento: 2007)

Polly Pocket: Polly Party Pickup (lançamento: 2007)

Falando em bonecas, a Polly Pocket também tinha um joguinho. Era bem simples, você só precisava buscar os amigos da Polly de carro e levá-los pra festa enquanto desviava dos obstáculos no caminho. Se não me engano, tinha até um cronômetro pra ensinar trabalho sob pressão desde cedo. Era legal!

Romance Academy: Heartbeat of Love

Romance não é algo que me chama a atenção atualmente, mas quando criança, muitos jogos envolviam relacionamentos no geral. Em um você usava um laser pra conquistar os meninos da escola, em outro o objetivo era beijar o seu par enquanto o chefe não olhava e tinha aquele onde você colocava dois nomes e mostrava a porcentagem de compatibilidade, definitivamente um clássico. Quem nunca?

Office Kissing

Love Tester Deluxe

Zuzubalândia

Zuzubalândia é um desenho animado brasileiro que eu nunca cheguei a assistir, mas jogava muito! Eles tinham um site com vários joguinhos e um deles era de um tabuleiro muito legal pra você poder jogar com outros amigos ou sozinho mesmo só com as vozes da sua cabeça (meu caso).

Tinha muitos sites como esse que reuniam uma coletânea de joguinhos e eles ou não existem mais ou se existem, os jogos não são mais os mesmos de 10 anos atrás. Eu passava muito tempo no Friv porque gostava da maioria dos jogos de lá. Pensei de verdade que ele tinha ido de arrasta, mas descobri que ele está vivíssimo. Quantas crianças será que sabem da existência desse e de outros sites como esse?

Friv (lançamento: 2004)

Spongebob Squarepants: Ship O' Ghouls (lançamento: 2006)

Pra finalizar, o jogo que me fez entrar nesse rabbit hole e sair pesquisando sobre os meus jogos de infância. Era bem simples, assim como os outros, porém bem estressante, pois você não podia demorar muito pra fazer as coisas senão o Bob Esponja morria. Lembro direitinho que o Bob Esponja precisava entrar em uns canos e, pra isso, você tinha que apertar a setinha pra baixo do teclado e eu, ansiosa desde sempre, surrava o teclado pra tentar ir mais rápido. Bons tempos.

Não eram só esses os jogos que eu jogava quando mais nova, com certeza tinha muitos outros, mas tentei focar nos que eu mais passava tempo e gostava. Minha memória é péssima então pode ser que eu também tenha esquecido de algum outro muito relevante pra Nana de 7-13 anos.

Caso seja de curiosidade: eu ainda gosto muito de passar o tempo jogando. Atualmente tenho gastado minhas horas em Fields of Mistria, mas esse ano já joguei alguns jogos no Playstation 4 como Until Dawn e Detroit e para PC estou pra finalizar The Walking Dead, além de nunca abandonar o meu queridinho The Sims, é claro.

Enfim, meio doido pensar que o tempo realmente passa como tanto alertam e com ele mudanças acontecem. É engraçado quando me dou conta de que a infância que tive é totalmente diferente da infância que as crianças de hoje têm, são referências e gostos totalmente distintos. Acho incrível o tanto que a tecnologia avança a cada dia, mas também é um pouco assustador não saber onde isso vai parar. Venho me sentindo velha perto da geração atual e como as coisas que eu fazia e gostava já são consideradas ultrapassadas, talvez isso só faça parte do processo de viver. 

Será que as crianças da geração atual sabem o que é pesquisar “jogos para meninas” no Google ou elas se contentam com o Roblox? Não convivo com crianças, então se alguém souber a resposta, por favor, deixe nos comentários.

16 setembro 2024

27ª Bienal do Livro de SP


Enfim, fui na Bienal! Uma vitória pra mim, visto que há alguns anos tenho vontade de marcar presença, mas o plano nunca saiu do papel, por falta de dinheiro, companhia, tempo e principalmente planejamento. Desde que comecei a acompanhar o cenário literário no Brasil, todos os anos muito se comenta sobre o grande evento e eu enchia os olhos ao demonstrar meu desejo de ir. Foi só nesse último final de semana, 14/09, que minha irmã me convidou e lá estava eu.

Usamos o metrô para ir até a Rodoviária do Tietê, que é onde disponibilizam ônibus gratuitos pra te levarem até o local da feira. Sinceramente, achei que gastaria bons minutos na fila, que estava bem longa, por sinal, mas não demorou muito tempo até entrarmos em um dos ônibus — confortável e com ar-condicionado! Durante todo o caminho, desde o metrô, tinha muitos guias, muitos mesmo, sinalizando o caminho e instruindo as pessoas.

Entrar no evento foi tranquilo. Apesar de ser no período da tarde de um sábado, não tinha muitas pessoas, então conseguimos caminhar pelos stands sem tumulto. Confesso que logo de início me senti um pouco perdida com tanta opção, não sabia direito pra onde ir. Entramos e eu pensei: “Tá, e agora? Pra onde a gente vai?”

Andamos meio que sem um objetivo definido e fomos entrando nos stands que pareciam interessantes ou nos que tinham promoções do tipo 3 livros por R$ 20.

Apesar de colecionar mangás — e ter uma quantidade considerável deles —, o mesmo não acontece com livros. Prefiro ler por e-book e só comprar depois se eu gostar muito da história. Parece sem sentido, eu sei, mas gosto da ideia de ter a cópia física dos meus queridinhos na estante. Dito isso, é raro eu comprar um livro sem ter lido ele antes, por medo de não gostar, me arrepender e ficar remoendo o dinheiro gasto — esse pensamento não vale pros e-books que compro, mas enfim. Conclusão: dá pra imaginar que relutei muito até enfim passar o cartão e levar um livro.

De início, nada me chamou atenção, até que comecei a encontrar os títulos que estão na minha lista pra ler. Não vou me prolongar contando sobre as sinopses, mas os quatro livros que comprei foram: Hide: Esconda-se Quem Puder da Kiersten White, Assassinato no Expresso Oriente da Agatha Christie, A Última Casa da Rua Needless da Catriona Ward e O Bosque do Silêncio do André Vianco — gente, não achei o link pra esse livro em lugar nenhum da internet, sei lá… Minha irmã me presenteou mais dois: Uma Família Feliz do Raphael Montes e Confissões do Crematório da Caitlin Doughty. Sim, sou bem diversa e só levei pra casa títulos thriller.

Eu vi opiniões bem negativas sobre a Bienal desse ano no TikTok, mas posso apenas falar sobre a minha experiência, que foi até que positiva. O evento estava organizado e fiquei surpresa ao ver tanta opção pra diferentes gostos. Eu não imaginava que teria stand exclusivo pra livros religiosos, mangás, livros sobre jogos e livros infantis, por exemplo. Porém, como sugestão, eu aconselharia distribuírem mapas do lugar, porque confesso que achei fácil se perder por lá.

Queria muito ter visitado stands de editoras maiores, como a Intrínseca, mas a procura é tanta que até fila gigante tem pra entrar. Como eu e minha irmã não estávamos a fim de ficar ali paradas, em pé, esperando, desistimos da ideia. E, sinceramente, tenho certeza que os preços não eram tão diferentes comparados aos da internet. Mas essa é a verdade, promovem uma ideia de que você vai economizar muita grana indo na Bienal, só que não. Pra dar uma noção, meu brilho sumiu quando vi que Saboroso Cadáver da Agustina Bazterrica estava por simplesmente R$ 70, sendo que no site da própria DarkSide o livro custa quase R$ 52 com brinde exclusivo. Claro que alguns livros realmente têm um descontinho se comparar com o preço disponível na Amazon, eu mesma economizei R$ 10 em A Última Casa da Rua Needless (muuuito dinheiro). Pra não mentir, posso confirmar que títulos menos conhecidos, de fato, ficam com um preço bem em conta e aí, sim, dá pra aproveitar.

Você vê muito livro, afinal é um evento cultural voltado pra isso, só que chega uma hora que você começa a ver os mesmos títulos em stands diferentes de novo e de novo e de novo. Não sei se rola uma questão de garimpar e comparar os preços, provavelmente sim, mas quando você vê o mesmo livro pela quinta vez, dá uma impressão de repetição e de que você já viu tudo que tinha pra ver. Se assim como eu, você não fizer questão de enfrentar as filas pras editoras maiores e não entrar em todos os stands, em mais ou menos duas horas dá pra ir embora satisfeito.

Falando de forma bem ignorante, parece que a Bienal é uma Amazon gigante onde você entra, seleciona o livro, lê a sinopse, compara preços, talvez adiciona no carrinho e leva. Não vou ser idiota e resumir o evento à isso, até porque vi muitas palestras acontecendo, muitos autores dando autógrafos e muitos escritores independentes se divulgando. Tem uma importância muito grande pro mercado literário, porém não achei esse mousse todo que falam. 7/10.

Não sei se vou marcar presença na edição de 2026, mas nem por isso deixo de recomendar. Se tiver a oportunidade, vá! Experiências são diferentes pra cada pessoa, afinal.

13 setembro 2024

Resenha de A Corrente (Adrian McKinty)

Faz uns anos que estou enfrentando uma ressaca literária. O último livro que li foi O Mar Sem Estrelas da Erin Morgenstern, que é muito bom por sinal e se tornou um dos meus livros favoritos. Desde então fico buscando escolher qual será o próximo título que lerei, mas nunca inicio a leitura de fato. Eu sinto falta de tirar um tempo pra ler alguma coisa, por isso pensei em tentar voltar ao antigo hábito ao mesmo tempo que transformo minha jornada em conteúdo pro blog.

Escolher o livro certo estava entre as minhas preocupações, porque imagina estar toda animada pra voltar a ler, começar um livro e achar ele chato e desinteressante, ia destruir toda a minha motivação. Por isso, não quis sair da minha zona de conforto e escolhi um livro do meu gênero favorito: thriller, além de ser um título presente na minha TBR há bastante tempo. Então, ressuscitei o meu Kindle e iniciei a leitura.

  Esta resenha não contém spoilers!  

01 setembro 2024

AGO 24 | Eita, como vive...

A música que mais ouvi em agosto de 2024.

Agosto acabou, finalmente! Todo ano falam que esse é o mês mais longo do ano, mas senti que o de 2024 nem foi tão arrastado assim. Enfim chegamos em setembro, o que quer dizer que só resta mais três meses pra darmos boas vindas a 2025, que loucura.