Eu disse na postagem anterior que não ia fazer um recap de julho porque foi meu mês de férias, e eu não fiz absolutamente nada além de enfiar a cara na frente da tela do computador ou do celular, e, realmente, é verdade. Mas nem sei dizer se isso aqui é um recap mesmo: eu só fiquei com vontade de escrever, então é isso que estou fazendo. Sem planejar muito, sem saber que rumo esse texto vai seguir.
Enfim, queria dizer que ando muito estressada, ou angustiada; acho que essa seria a melhor palavra pra descrever esse sentimento incômodo que sinto todo dia. Um frio na barriga, como se algo ruim fosse acontecer a qualquer momento, e eu não pudesse fazer nada pra evitar. Fico me sentindo impotente, ao mesmo tempo em que me responsabilizo por coisas que nem aconteceram ainda, e minha cabeça lateja de tanto pensar em como resolver tudo. Sigo fortemente uma filosofia de não me preocupar com o que ainda não aconteceu ou foge do meu controle, mas, dessa vez, não tô conseguindo, e isso tá me consumindo demais.
Ainda tem o sentimento de que não tenho controle sobre a minha própria vida, de que tudo pode mudar de uma hora pra outra, sem que eu queira, sem que eu deseje isso, e o que já tava ruim pode piorar.
Olho pro estado atual da minha vida e me sinto até um pouco decepcionada, sabe? E nem tô falando da Nana criança ou adolescente que sonhava alto. Tô falando da Nana de 24 anos, a de hoje, que olha pra própria situação e pensa: “Nossa, que bosta, hein.”
Espero que as coisas se resolvam até o fim do mês e que eu possa voltar a dormir tranquila, sem sonhar com os pesadelos recorrentes que voltaram do passado pra me assombrar.
Estou ouvindo One Direction enquanto escrevo essa postagem porque nunca me senti tão adolescente quanto agora. Na verdade, acho que sinto saudade dessa época, apesar de ter sido a pior fase da minha vida, o que é esquisito. Mas acho que sinto falta de não sentir que estou falhando como adulta. Parece que tô fazendo tudo errado ou que não sei me portar como tal. Quando olho ao meu redor, até mesmo pessoas mais novas que eu parecem se sair melhor nessa coisa de ser adulto. Faz seis anos que tô nessa, mas parece que não tive desenvolvimento nenhum.
Me disseram que eu levo as pessoas a sério demais, e isso mexeu comigo mais do que eu gostaria de admitir. Não sei exatamente por que fiquei tão sentida — talvez porque seja verdade. Mas eu não quero ser, ou parecer, mais ranzinza e séria do que já aparento ser. O que é cômico, porque lembro que, há uns anos, uma outra pessoa me disse que eu não levava nada a sério. Talvez, na real, eu devesse só parar de me importar com a opinião alheia e começar a ser mais confiante em mim mesma.
Sinto falta de ter uma psicóloga. Nem tanto pela análise profissional, mas mais por sentir falta de uma pessoa pra desabafar sem sentir que estou sendo julgada, ou sem que a pessoa fique me dando soluções lógicas em vez de só me responder: “Sim, eu te entendo.” Sei lá, não sei se estou pedindo muito das pessoas ao meu redor, ou se só estou sendo ingrata pelos conselhos delas, ou se só quero alguém validando os meus sentimentos. É um sentimento complicado.
Em meio a essa bagunça emocional, e da vida no geral, eu voltei a ter vontade de ler. Não sei se como forma de escape ou só por distração mesmo, mas a motivação pra pegar um livro e começar uma nova história ainda não veio. Acabei pegando um mangá, tho. Apesar de eu querer investir meu tempo num livro, acho que meu cérebro tá cansado demais pra lidar com tantas palavras por página, então um mangá pareceu mais promissor.
Gachiakuta é o nome do mangá. Recentemente saiu o anime também, então aproveitei pra acompanhar os dois. Tenho gostado bastante da história e dos personagens, era exatamente o que eu tava precisando.
Falando em leitura e mangás, eu aprendi a mandar mangás pro meu Kindle, que, pra quem não sabe, foi lançado em 300 a.C. Foi uma aventura de pelo menos duas horas e meia tentando descobrir como fazer isso, porque meu Kindle já é ancião, e os tutoriais da internet nunca eram completos o suficiente pra me ajudar; tive que me virar, mas no fim deu certo.
Só que, às vezes, eu aprendo umas coisas só por aprender mesmo, nem chego a usar de verdade. E esse foi um desses casos. O meu Kindle não tem zoom e, sinceramente, não acho prático ter que mandar capítulo novo toda semana, sendo que no celular é bem mais fácil. Mas, enfim, foi um aprendizado meio útil: talvez eu use com mangás que já estão finalizados.
Não tô nada satisfeita com as últimas postagens do blog, ou até com o layout atual. Eu gostei de escrever a postagem sobre escrita, mas talvez eu devesse ter deixado ela no privado. Não gosto quando sinto que tô sendo séria demais aqui, porque esse não é o propósito do blog. Ele fez um ano na última semana de julho, e eu não consegui, ou não pensei, em preparar nada, a insatisfação me desmotivou, assim como todo o cansaço emocional que trago nessa postagem.
Estou dormindo mais de 13 horas por dia e não sei por quê. Talvez eu devesse mandar mensagem pro meu psiquiatra. Talvez eu devesse me forçar a acordar antes do sol começar a se pôr. Faz tanto tempo que não tenho um episódio depressivo que nem sei se o que tô sentindo se enquadra como um. Tudo parece tão complicado, e o pior é sentir que quem tá complicando tudo sou eu mesma.
Tô tentando ficar menos nas redes sociais. Tô tentando ficar menos no celular. Tô tentando pesquisar a fundo os meus interesses. Talvez eu esteja tentando demais. Eu tô tentando tanto preencher o meu cérebro com coisas “mais saudáveis” que tô esquecendo de simplesmente me divertir, desligar o cérebro e ficar horas rolando o feed do TikTok. Acho que eu preciso disso, e não de um livro, sendo sincera. Igual aquele meme: “que nunca nos falte o supérfluo”.
Eu também tive uma crise de ansiedade que não sentia há muitos meses. Nem consegui dormir direito, e foi péssimo. Mais um motivo pra eu achar que nada vem dando certo ultimamente.
Na primeira semana de agosto volto pra faculdade, onde só vou ter aula presencial às quintas-feiras. Não sei se isso é uma vitória ou se é gasolina pros pensamentos que me fazem sentir inútil, porque fico o dia todo em casa sem fazer nada de muito produtivo. Veremos.
Não sei como finalizar essa postagem sem fazer promessas de que vou melhorar ou de que vou ao menos tentar. Quero muito acreditar que só foi um mês ruim, e que assim que virarmos o dia primeiro de agosto, as coisas vão instantaneamente melhorar. Sei que não vai, mas me agarrar a essa ideia quase impossível me dá ao menos uma pequena vontade de continuar vivendo os dias, na esperança de que um dia as coisas melhorem, porque eu sei que elas sempre melhoram.
Oi Nana!
ResponderExcluirEspero que você esteja um tiquinho melhor. Se te ajuda, eu acho que tive a mesma sensação no final da minha faculdade. A gente tá vivendo em tempos bem difíceis e sem perspectiva nenhuma, então essa sensação de "impending doom" fica mesmo pairando na nossa cabeça. Acho que por pior que seja, é um pouco do momento, sabe? Talvez não seja nada de errado com você e sim com o mundo.
Entendo total a sua sensação de fazer coisas "produtivas" porque eu tenho muito disso, é uma pira constante que eu tenho também. Eu recomendo fazer algo manual. Diário, journal, colagem, desenho, pintura, dobradura. Atividades manuais ativam certas áreas do cérebro e trazem mais a sensação de propósito e prazer que rolar o tiktok. Eu comecei a trocar cartas com amigas e é algo que traz muito propósito pros meus dias, sabe? E ao mesmo tempo algo que não tem propósito nenhum. Voltei até a fazer diário em caderno, hahaha! E putz, me ajuda bastante. Mexer as mãos faz mesmo algo no cérebro além dos benefícios cognitivos e tal.
E olha, voltei a fazer terapia porque eu me dei conta que eu não quero ouvir conselhos dos meus amigos. Amo todos eles, confio muito em alguns e não gosto de falar do que anda rolando comigo - não quero ser questionada. Não quero soluções fáceis, não quero enfrentar certas coisas. Eu sei que sou bem madura e no momento necessário vou dar conta, então não quero alguém colocando sua própria visão em mim, sabe? E tudo bem. Claro, além de ser psicóloga eu mesma, fiz muita terapia já, então eu me sinto segura nessa decisão, mas se vc tá sentindo falta e tem como voltar, retoma. Se dá esse espaço sabe? Terapia é sobre isso também.
Não sei se te ajudei com alguma coisa, e se te incomodei ou ofendi peço mil desculpas. Tenho quase 10 anos a mais que você então minha visão pode soar bem simplista, hahaha! Mas acho que tudo o que vc tá sentindo é válido e eu queria que vc soubesse que sou muito adulta e sinto coisas parecidas, sabe? E tudo bem. Ninguém mostra suas frsgilidades no dia a dia, sua percepção é do que as pessoas querem que você veja, não dos desafios e medos que elas enfrentam. Sinta-se abraçada e se puder, procura ajuda pra se sentir melhor, mas o problema não é você, viu? :)
Beijinhos! :*