
Eu sinto falta do BLACKPINK junto, mas não dá pra negar que a Jennie, Lisa e Rosé trabalham muito melhor como solistas. Das três, o estilo que menos gostei foi o da Rosé, mas não por achar ruim, só por não ser my cup of tea mesmo. Até então, a Lisa era a que mais tava me agradando. Só que a Jennie sempre foi a minha bias e eu tava mais do que ansiosa pra poder ouvir o trabalho dela.
Quem acompanhava o grupo perto o suficiente sabe que a Jennie não tinha (ou se tinha, era muito pouco) liberdade criativa. Mas, de alguma forma, mesmo sem ter acesso à maior parte das criações dela, a gente sabia que ela era muito boa 🥰 O Ruby só confirmou isso.
Eu já queria fazer a review desse álbum antes mesmo de ele sair oficialmente. Primeiramente, vamos falar dessa capa babado? Eu amei a estética da capa e achei a escolha do nome uma chiqueza que só. Assim que a Jennie soltou a imagem, eu já sabia que vinha coisa boa por aí. Ainda mais com a sequência de singles que antecederam o lançamento do álbum.
Eu criei expectativa, mas não fiquei com medo da possibilidade de sair decepcionada. Isso acontece quase sempre: Eu morro de medo de não gostar das músicas de um artista que eu considero tanto. Não foi o caso com a Jennie. Eu estava confiante que ela tinha entregado um álbum de qualidade e que seria muito difícil eu não gostar. Acho que é isso que acontece quando o cantor sabe criar uma campanha pré-lançamento bem feita.
Demorei pra escrever a review pra cá porque queria esperar o hype do lançamento oficial passar. Quase um mês e 600 scrobbles depois, posso afirmar: Ela prometeu e entregou!
Faixa por faixa
Intro : JANE with FKJ — Não costumo ligar muito pra intros. Com essa, acho que não fica muito claro pra onde o álbum vai seguir. Dá impressão de que ele vai ser algo quando na verdade é outra coisa totalmente diferente. A vibe me lembrou outros grupos de k-pop, como o falecido LOONA, ou até mesmo o Red Velvet. É bem parecida com as intros do DREAMCATCHER, tipo a Before & After.
like JENNIE — Ela foi tão a maioral. Ela soube equilibrar muito bem a autoconfiança, sem parecer arrogante ou sem se achar muito maior do que realmente é. Ela é foda e ela sabe disso.
Gostei que ela colocou o rap em coreano porque confesso que não esperava isso dela. Pensei que ela fosse seguir no modo full english.
No mês passado, viralizou ela performando essa música, e deu pra notar que ela tem, sim, carisma e presença de palco. Uma vitória merecida pros blinks que passaram os últimos anos defendendo ela por ser chamada de preguiçosa. Enfim, dá pra ver que ela tá confortável com o conceito do álbum e que ela consegue sustentar a confiança que essa música pede. Não sou muito fã de músicas com menos de 3 minutos, mas acho que nesse caso funcionou bem.
start a war — Essa como single seria divina, mas entendo que pode não agradar algumas pessoas. Eu, particularmente, gostei da vibe e a letra é fofinha. Apesar de não ser elaborada, entrega no que se propõe pra uma música de 2:45.
Handlebars (feat. Dua Lipa) — É uma música fraca pra um single. Dos 5 que ela lançou, esse é o que menos gosto. Apesar disso, a voz da Dua Lipa harmonizou bem com a da Jennie e o conceito da música casou bem com as duas, principalmente com a Dua. De todo modo, é uma música que não tem nada de especial, apesar de ser gostosinha, não tem muito diferencial.
with the IE (way up) — Canetada da Jennie. Eu adorei a vibe meio old-school hip-hop. Ela também usou sample de Jenny from the Block, da Jennifer Lopez. Na letra, ela basicamente manda um grande foda-se pras críticas que recebe, em sua grande maioria, do público coreano. Primeiro, achei um fecho muito elegante ela dizer "Why are you evaluating me on your day off?" [Por que você está me avaliando no seu dia de folga?], chamando todo esse pessoal de desocupado. Depois, ela vem com outro fecho: "Everybody's cool, but when I do it I'm the problem" [Pra todo mundo é de boa, mas quando eu faço, eu sou o problema]. Fala mesmo, Jennie! 🗣️
ExtraL (feat. Doechii) — Essa é a minha favorita do álbum, ok?! Como pode uma música ser tão boa? Eu amei desde a primeira vez que ouvi. Acho que essa música é a que mais se parece com algo que o BLACKPINK lançaria. E a Doechii que só deixa a música ainda melhor? Um featuring é mais do que só cantar junto, tem que ter química, e as duas funcionaram bem. Duas mulheres bissexuais contra o mundo.
Na letra, a Jennie, mais uma vez, expressa sua confiança, mas agora ela também fala sobre outras mulheres. Ela esnoba, falando que quem tá muito abaixo nos charts não tem o direito de questionar quem comanda — no caso, ela. A Doechii reforça essa ideia de mulheres empoderadas no verso dela, falando que não tá nem aí pra opinião masculina. Adoro a parte que ela canta "gimme cunt, let me serve". Muito diva!
Mantra — Demorei pra ouvir Mantra quando lançou e me arrependi, porque ela é muito boa mesmo. Novamente, a Jennie traz essa ideia de mulheres no topo. O curioso é que, no caso dela, esse discurso soa genuíno. Diferente do caso da Katy Perry em WOMAN’S WORLD, que pareceu mais um produto pra vender sem que ela realmente acreditasse no discurso. Enfim, foi uma ótima escolha de single. Acho um pouco repetitiva, mas não deixa de ser uma ótima música.
Love Hangover (feat. Dominic Fike) — Descobri que uma galera não curte essa música, mas eu gosto bastante. Não tá no meu top 3 do álbum, mas acho uma música gostosinha. Por incrível que pareça, defendo que foi uma boa escolha de single.
ZEN — Também não ouvi assim que saiu. Na época que lançou, vi muitas pessoas falando mal e que a música era ruim. Mas também vi outras pessoas defendendo, falando que a Jennie não estava seguindo o pop genérico e que as pessoas eram básicas por não gostar da música. Eu gostei, e muito, de ZEN. Arrisco dizer que é a música com a melhor produção do álbum todo. Acho icônica demais. Por outro lado, entendo a galera que tava esperando um pop da Jennie por se frustrarem um pouco.
Damn Right (feat. Childish Gambino & Kali Uchis) — A gente vê que a Jennie tem ótimos contatos na indústria quando no álbum debut dela tem um featuring com o Childish Gambino, tipo!!!!! É doido como a Jennie explorou diversos gêneros musicais nesse álbum, aqui foi o R&B, e ela se dá bem em todos. Não é uma das que eu mais ouço do álbum, mas é boa.
F.T.S. — Não tenho o que falar sobre essa música, até porque é a que menos gosto do álbum. Não sei dizer exatamente o que eu não gosto nessa música, mas acho meio repetitiva.
Filter — Auge da autoestima. Outra música que funciona com o alter ego confiante que a Jennie criou. A melodia da música é muito satisfatória e o jeito que ela vai construindo pro refrão é simplesmente chef's kiss. A performance da música na The Ruby Experience, é visível que a Jennie tá feeling herself. É isso que eu gosto na Jennie com esse álbum: ela sente de verdade tudo que canta, é genuíno. Se ela canta que se ama mais sem filtro é porque ela realmente se sente assim.
Seoul City — A essa altura do álbum fica claro que Damn Right foi a virada de chave, pois a partir dela só temos músicas mais sensuais, calmas ou puxadas pro R&B. O que divide muito bem o álbum. Seoul City não chama a minha atenção, assim como Starlight.
twin — Não sou fã de músicas com violão (há exceções), mas essa aqui pegou na ferida. Ela é sobre amizades que se afastaram, inclusive, a Jennie mesmo chorou cantando essa música em um dos shows. Relatable. Quem nunca perdeu aquela amizade que dói até hoje? Achei meio poético terminar o álbum com ela. Acredito que é a música mais pessoal da Jennie, então acho que ela quis fechar com chave de ouro. E fechou mesmo.
Considerações finais
A Jennie escreveu 10 das 15 músicas e ela fez um ótimo trabalho. Ela compõe de um jeito simples, sem inventar muita firula, e eu acho que funciona bem. Ela sabe entregar a mensagem que ela quer passar de um jeito bem direto. Eu já sabia que ela escrevia músicas, mas não podia explorar esse lado na YG. Fico muito feliz que agora ela tá tendo a oportunidade de compartilhar as composições dela com o público.
Bom, o álbum é bem fechadinho. A separação entre primeira e segunda metade funciona perfeitamente. Eu, particularmente, prefiro a primeira parte.
A Jennie fala principalmente de duas coisas: autoconfiança e amor, seja entre um relacionamento amoroso ou uma amizade. Mas não fica repetitivo de jeito nenhum. O álbum dela é bem divertido e dá pra aproveitar todos os estilos de música que ela se aventurou.
Quanto à produção e featurings, ela foi loba demais. Foi muito inteligente em fazer contatos importantes
na música, eu queria que a Lisa tivesse a mesma inteligência. Ouvir o Ruby já me deixa ansiosa, de um
jeito positivo, pro futuro da carreira da Jennie: o que ela vai entregar no futuro e se ela vai continuar
acertando como ela acertou nesse.
Oiê!
ResponderExcluirVou ser honesta e dizer que não sou uma ouvinte muito eufórica do grupo tão pouco das meninas como solistas mas esses atos acabaram chegando aos meus ouvidos de alguma forma e realmente, mesmo não sendo a minha xícara de chá, é algo redondinho! Lembro de uma colega de trabalho elogiando a apresentação ao vivo da Rosé (e me pedindo pra proteger ela kk) com a ressalva de que o radar dela passa longe do capope e outro colega também gostou muito de um feat da Lisa pois era com a musa dele la Rosalía enfim, por tabela acabei cantando as músicas mas o que me pegou de surpresa foi a Jennie.
Não vou me demorar muito nem rasgar seda mas Mantra por mais repetitiva que soe (afinal mantras são repetições de afirmações) é muito legal, te enchendo de autoestima e ExtraL... meu Deus... quando eu vi a Doechii eu já estava lá e nem olhei pra trás! Que música boa! Redonda e completa com um alto potencial de loop kk sério, essa me ganhou de olhos fechados (tipo, só depois fui notar que a música era da Jennie)! E algo que você mencionou na postagem foi um pensamento que tive também: o quão direta ela consegue ser na mensagem que deseja passar, é um ato de expertise que não é para qualquer uma!
Enfim, um comentário aleatório (só queria poder elogiar essas músicas mesmo :B
Nunca tive muita expectativa pra jennie, achei até que ela não fosse seguir carreira solo, mas acabou que ela foi a que mais me surpreendeu com musicas boas e não só músicas popzinha repetitiva, também trouxe performance e clipes maravilhosos. Foi um album muito bem feitinho mesmo, com muito do pop e muito do kpop tbm. De todas, as que ficaram comigo foram Extral e Zen.
ResponderExcluir