Calma, calma. Não é nenhum vício ilícito! Mas não tem outro jeito de dizer que não paro de pensar em código sem dizer que estou viciada nisso.
Faz uns meses que comento com vocês sobre o meu Neocities e eu nunca de fato cheguei a colar o link aqui, pois então aqui vai: Hitokage. A verdade é que eu queria que ele estivesse 98% pronto pra poder compartilhar aqui e ele finalmente está. Quando comecei, tive muita indecisão sobre fazer o conteúdo em português ou em inglês, mas optei por inglês mesmo. Tem muito conteúdo legal lá, modéstia à parte, e ele é totalmente acessível pelo celular (o^▽^o)
Desde que comecei a mexer com código a fundo e virei webmaster em dobro, pelo menos uma vez por dia eu abro um arquivo html e começo a criar uma página nova. E tem sido muito divertido. Não me entendam mal, o blog é um lugar bem pessoal meu, mas o Neocities é onde minha criatividade flui e onde ideias se tornam reais, e eu fico orgulhosa por isso.
Eu amo abrir o Hitokage e navegar entre as páginas pensando: “Eu que fiz tudo isso.” É tão legal ter essa sensação de ver um projeto pronto e do jeitinho que você imaginou, sentir orgulho do esforço que você depositou na elaboração dele e querer que outras pessoas vejam sua criação.
E eu não quero parar de trabalhar nele, não consigo parar de ter ideias pra adicionar, páginas pra criar, textos pra escrever... Não consigo nem pensar na tristeza que vou sentir quando ele estiver 100% pronto e eu só precisar fazer a manutenção de tempos em tempos com um texto novo ou uma página nova quando eu tiver ideia. Vai ser um tédio tremendo.
Eu até assinei o Supporter do Neocities, que é como se você pagasse o premium deles pra ter uns benefícios a mais. Ter feito isso abriu um leque de oportunidades e me deixou ainda mais animada pra criar mais coisas pra lá. Pensei em alguns projetos que posso disponibilizar (porque a minha grande meta é contribuir pra comunidade de alguma forma, seja com recursos, com tutoriais ou sei lá).
Como estou muito engajada nesse hobby, é claro que o algoritmo das redes sociais captou a mensagem e passou a me mostrar conteúdos relacionados a isso. No YouTube, vídeos de pessoas criando aplicativos usando somente HTML e CSS chamaram a minha atenção e eu comecei a pensar: “E se...”
Essa experiência toda de codar e mexer com front-end me fez ter alguns questionamentos pessoais, e o principal deles foi: “Será que estou na área profissional certa?”
Sempre fui boa com computadores, celulares, tecnologia no geral. Dizer isso sendo Gen Z é quase que o básico né, mas juro que entendo mais do que a média da geração Z entende. Isso porque eu sempre gostei, sempre me aventurei (e foi assim que peguei vírus no computador, mas isso fica pro recap de junho), sempre assisti uns tutoriais, sempre pesquisei se o que eu pensei era possível e com isso adquiri conhecimento suficiente.
Dos meus 13 anos, esse hobby deu um pulo e agora estou criando sites, fazendo automações e até pensando em criar aplicativos. Tudo isso pelo simples motivo de: eu gosto. Eu quebro a cabeça, mas quando tudo dá certo, não tem satisfação maior e é essa satisfação que me motiva.
Daí, vendo esses meus projetos, algumas pessoas começaram a me questionar por que eu não mudo de área e vou pro TI. “Você se daria tão bem” ou “Você leva jeito, deveria tentar.” E eu de fato levei em consideração, comecei a pensar como seria se eu transformasse esse hobby em profissão.
E não é o que eu quero.
Pronto, falei, to leve.
De certa forma, me senti pressionada, pensando que esse seria o caminho certo, mas não é o que o meu coração quer, sabe? Eu adoro escrever linhas de código, adoro quebrar minha cabeça pra fazer algo simples funcionar, amo ainda mais ver tudo funcionando, mas isso tudo é pra mim. Eu não quero fazer esse mesmo processo pra outras pessoas, não quero lidar com prazos, não quero trabalhar com clientes e, o mais importante de tudo, não quero profissionalizar um hobby que me diverte tanto.
Uma vez minha psicóloga disse que nem sempre precisamos transformar hobby em trabalho e eu sempre concordei muito com isso. Sim, talvez eu me daria muito bem no TI, talvez eu ganharia muito dinheiro. Mas, talvez só é divertido porque estou criando pra mim mesma, talvez eu só goste porque justamente não é o meu trabalho.
Então, se eu não vou me profissionalizar nessa área, o que eu faço com tanto conhecimento acumulado? Isso também vem me incomodando porque não me acho boa o suficiente pra escrever tutoriais (e eu também nem sei explicar direito) e os projetos que penso são complexos demais. Pra onde eu vou? Há dias tento ter ideias pra aplicar o que venho aprendendo, algo que seja útil (como se criar um site inteiro sobre mim e as coisas que gosto como arquivo pessoal não fosse útil, mas enfim.)
É horrível sentir a sensação de que preciso fazer algo com meu hobby que não seja apenas me divertir ou relaxar. É como se você fizesse bordado e sentisse a necessidade de começar a vender a sua arte pra que aquilo tudo valha alguma coisa, pra provar pra sei lá quem que não é perda de tempo, afinal você tá ganhando dinheiro com aquilo e tem aprovação maior do que retorno financeiro?
Enfim, não to dizendo que jamais vou monetizar o conhecimento que eu tenho, afinal eu tenho um perfil no Ko-fi e vai que um dia eu comece a receber dinheiro por causa do meu conteúdo. Mas transformar na minha profissão não é o que eu pretendo e espero que as pessoas, assim como eu mesma, fiquem em paz com isso 😅